domingo, 28 de março de 2010

Vistos - México

Para fechar o mês de março, vou falar sobre como tirar o visto mexicano. Atualmente, o México exige que brasileiros viajando a turismo ou negócios tirem o visto, devido à pressão que os Estados Unidos fez sobre o México para melhorar o seu controle de fronteira e diminuir o trabalho dos Estados Unidos com imigrantes ilegais.

Os procedimentos são similares aos adotados pelos Estados Unidos, preenchimento de formulário, taxas, entrevista, etc, porém, como a demanda é menor a agilidade do pessoal do consulado aumenta. É possível fazer a entrevista e retirar o visto no mesmo dia.

O México, além da embaixada em Brasília (que eu não consegui levantar se emite vistos), possui os consulados de São Paulo e Rio de Janeiro. O consultado de Porto Alegre foi fechado no último dia 1º de fevereiro. Existem outras representações consulares em outros estados, porém, para visto são os consulados mesmo.

Antes de agendar sua entrevista você precisa saber qual tipo de visto irá tirar: Turismo, Negócios, Visitante Técnico, Estudante ou Trânsito (que vou deixar para falar dele melhor no fim).

Para todos será necessário preencher o formulário L1. São Paulo e Rio trabalham de formas diferentes. Em São Paulo você deve preencher o L1 eletronicamente através desse link. Inicialmente você deverá informar seu nome completo (como está no passaporte), número, emissão e validade do seu passaporte, onde o passaporte foi emitido, nacionalidade, sexo, e-mail e CPF. Informe um e-mail correto e válido, pois será enviado um usuário e senha para seu e-mail, que irá dar acesso ao formulário.

Após receber o e-mail com o usuário e senha, gerados pelo site, preencha o formulário L1. Ele já virá com algumas informações preenchidas (informadas na tela anterior). Agora o complemente com as informações sobre sua viagem, estadia, data de entrada e saída, motivo, etc. Se você não tiver todas as informações no momento que o formulário for aberto, não se preocupe. Você pode salvar o mesmo e voltar, utilizando seu usuário e senha. Lembre-se: após você dar OK para o formulário L1 não haverá como editar o mesmo, portanto, se você estiver pronto para fechar ele, salve-o.

Ainda em São Paulo, após finalizar o L1, será apresentada a tela de agendamento de entrevista. Escolha um horário que seja bom para você, no período da manhã e separe de 1 a 3 horas para os procedimentos de entrevista, foto e impressão digital. O consulado do México não é igual ao dos Estados Unidos, aonde chegar mais cedo dá prioridade para você. Você deve chegar no máximo 20 minutos antes da sua entrevista, caso contrário, ficará esperando do lado de fora.

Agora com a entrevista agendada, basta ir até o consulado que fica na Rua Holanda, 274 - Jardim Europa.

Se você estiver no Rio, os procedimentos são bem diferentes de São Paulo. O formulário L1 deverá ser preenchido manualmente, em letra legível. O formulário pode ser impresso aqui. Após preencher todos os dados você deve comparecer ao consulado de 2ª a 6ª (exceto feriados brasileiros e mexicanos) das 08:30h até 11:30h. Nesse caso o atendimento é por ordem de chegada.

Com o formulário preenchido, é horas dos demais documentos que vão variar do tipo de visto para tipo de visto. O pagamento de taxas só ocorrerá se o visto for aprovado. O valor irá variar do tipo de visto e consulado. Vamos lá!

Turismo: Levar uma foto 3x4 recente, colada no formulário L1 após a impressão (o eletrônico deve ser impresso e levado a entrevista), passaporte original, além de uma cópia da página de dados e dos vistos que você tiver (principalmente o mexicano (antigo), e dos Estados Unidos, Japão, Canadá ou Austrália). Comprovante de residência (conta de luz, água, gás ou telefone). Você deve levar alguns comprovantes de renda, que falarei deles mais abaixo. O passaporte deve ter validade mínima de seis meses.

Negócios: Além da foto 3x4 colada no formulário, você deve levar mais uma avulsa que será entregue no consulado. Além dos documentos solicitados para turismo, você deverá levar uma carta da empresa, em papel timbrado e firma reconhecida, explicando o motivo da viagem, além dos dados de contato aqui no Brasil e da empresa que será visitada no México (original e Xerox). Uma dica: Leve uma cópia, simples, do CNPJ e contrato social da empresa, caso o Cônsul venha a solicitar.

Visitantes técnicos: Leve toda a documentação de turismo e negócios. Atente-se que a cópia do CNPJ e contrato social da empresa devem ser autenticadas, nesse caso. Leve também o original e cópia do contrato de prestação de serviço. Na carta de apresentação, deixe claro que o custo da viagem será pago pela empresa no Brasil. Esse tipo de visto é destinado para pessoas que irão instalar softwares ou maquinários no México.

Estudantes: Leve todos os documentos necessário de turismo e adicione o documento de aceitação da instituição mexicana de ensino (ela precisa ser reconhecida pelo governo) ou documentos que comprovem que você fez parte de um processo seletivo para uma universidade ou faculdade, reconhecida pelo governo, no México. Leve o original e cópia do seu histórico escolar. Caso seus pais ou responsáveis estejam pagando seu curso, leve os comprovantes de renda dos mesmos.
Se você estiver fazendo algum programa de intercâmbio pelo Rotary Club, leve seu comprovante de participação no mesmo.

Trânsito: Esse eu diria que é um tipo de visto "chato". Para determinados tipos de trânsito não é necessário nenhum tipo de visto. Por exemplo, se você estiver viajando entre São Paulo - Miami via Cidade do México e sua conexão não durar mais que 24 horas o visto não é necessário (tanto na ida e volta), porém, você não poderá sair do aeroporto e nem passar pela imigração. Você terá que ficar numa sala da imigração aguardando seu vôo.
Caso você esteja viajando São Paulo - Miami e seu vôo fizer Cidade do México e Cancun (independente de ser na Ida ou Volta), terá que tirar o visto. O motivo disso é que Cidade do México - Cancun será um vôo doméstico, logo, faz-se necessário o visto.

Particularmente o melhor é solicitar o visto de turista, uma vez que os requisitos são iguais ao de turista, com a adição de levar a passagem de ida e volta para onde você está indo. Para os demais tipos de visto, não leve nenhum comprovante de hotel ou passagem. Isso vai aumentar seu conforto na conexão. Já li relatos de pessoas que tiveram seus vôos de ida para os Estados Unidos ou Brasil cancelados e dormiram nas salas da imigração. Além disso, se você fizer uma conexão mais longa (mais de 8 horas), você poderá conhecer um pouco da Cidade do México.

Agora vamos falar sobre os comprovantes de renda: Assim como os demais documentos que citei anteriormente, leve sempre o original e cópia dos documentos que comprovem sua renda no Brasil.

Se você declarar imposto de renda, leve o último ano com você. Depois disso, você deve levar os três últimos meses de seu holerite, ou contracheque ou DECORE para empresários e autônomos. A movimentação do cartão de crédito e/ou extrato bancário dos três últimos meses também são aceitos. Se você não tiver todos, não se preocupe leve o que tiver. Se você fizer a declaração de imposto de renda terá que apresentar apenas mais um desses documentos. Se não fizer, dois são obrigatórios.

Caso seus pais ou responsáveis paguem pela sua viagem, você deverá levar essa documentação deles também. Escrituras de imóveis e outros documentos que comprovem patrimônio e o bom e velho interesse de voltar pra casa também são aceitos (levar original e cópia). Lembre-se que como nos Estados Unidos, você deve demonstrar que tem interesse de voltar pra casa.

Antes da entrevista, vamos falar sobre taxas. Em São Paulo para turista a taxa comprada é de US$ 36,00. Para os vistos de negócios, caso seja uma atividade não-lucrativa, adicione mais US$ 98,00 ou US$ 159,00 se for lucrativa. O pagamento deverá ser feito em qualquer agência do Banco Real e só poderá ser feita após a aprovação do visto, onde você receberá um formulário para pagamento. Após o pagamento, guarde o comprovante para retirar seu passaporte e visto. O pagamento será feito em real.

No Rio de Janeiro, o valor é de R$ 70,00 tanto turista, trânsito e negócios (reuniões ou visitas). Os demais tipos são informados lá. O pagamento é feito quando ocorre a entrega da documentação, no balcão de atendimento.

Em ambas as cidades, o valor deve ser pago em dinheiro vivo e no caso do Rio, tente levar o dinheiro trocado.

Quanto à validade, o mesmo pode variar de 180 dias até 10 anos. Quem irá determinar isso será o Cônsul e você saberá na entrevista ou entrega do visto. Todos os vistos permitem múltiplas entradas. No caso de estudantes, o visto terá validade de um ano. Atualmente, não existe mais a carência de 90 dias do visto, ou seja, o visto passa a valer da data é que foi emitido.

Fechando o artigo, vamos para entrevista. Se você estiver no Rio, chegue o mais cedo que puder, lembre-se a prioridade é por ordem de chegada. Em São Paulo, chegue entre 20/30 minutos antes de sua entrevista. Chegar antes não vai fazer você ser atendido antes do previsto.

Como minha entrevista foi em São Paulo, vou citar os procedimentos de lá, o que creio que não é muito diferente do Rio.

Inicialmente, um segurança irá verificar seu nome e o horário agendado. Se estiver tudo OK, entre no consulado e passe pelo detector de metais (tente não levar bolsas, celulares, etc. A entrada deles não será barrada, mas em determinadas áreas você deverá desligar ele). Você ficará alguns minutos em uma fila ao lado de algumas cadeiras. Você será convidado para sentar nelas, na ordem que o segurança determinar.

Depois, uma funcionária irá dar as orientações de como os documentos deverão ser entregues na pré-entrevista. Primeiro o formulário (com a foto 3x4 e sua assinatura), depois as cópias do passaporte e se tiver o visto americano anexe ele e por fim os comprovantes de renda (imposto de renda, antes, e os demais depois). No caso dos vistos de negócio, anexe os documentos da empresa, conforme for solicitado. Depois disso ocorre a "grande triagem". Se você tiver visto americano será convidado a sair das cadeiras e aguardar em outro grupo menor de cadeiras, onde será a pré-entrevista. No meu caso e de outras pessoas que estavam comigo, bastou olhar os documentos e logo a taxa de pagamento do visto foi dada e a orientação dos próximos passos.


Caso você não seja aprovado na triagem, será enviado para a entrevista, onde irá pegar uma senha (ela é separada por turismo e negócio) e deverá aguardar ser chamado. Na entrevista, como sempre, seja honesto e apresente a documentação que lhe for solicitada.

Após isso, você será encaminhado para outra sala (se o visto for aprovado), onde deverá tirar sua fotografia e impressões digitais. Na ficha de pagamento que você recebeu está à data que seu visto poderá ser retirado. Em São Paulo é possível retirar no mesmo dia. Em alguns casos, uma funcionária pode questionar se você quer retirar o visto "hoje ou amanhã". Isso fica ao seu critério. Após isso, você está liberado do consulado e deverá retornar para pegar o visto.

No caso de São Paulo, pague a taxa em qualquer agência do Banco Real e leve o comprovante para retirar o seu visto e passaporte. Em São Paulo o horário para a retirada dos vistos é das 15h às 16h e no Rio das 13:30h às 14:00h. A retirada é por ordem de chegada, portanto, chegue mais cedo que puder para retirar logo seu visto. Ao retirar o visto, confira todos os dados e caso haja algum problema, peça a correção na mesma hora. Não deixe para depois, senão você terá que realizar todo o procedimento novamente. Retire seu visto o mais rápido possível também, pois, o prazo máximo para retirar é de 5 dias úteis.

Pronto! Veja a validade de seu visto e boa viagem pelo México. Em breve, vou trazer um "tour express" que farei na Cidade do México, além de uma avaliação da Aeromexico (na classe econômica), mas vou deixar isso pra depois das minhas breves férias do blog em maio.

Caso você esteja viajando com seus filhos e outros familiares, os mesmo deverão comparecer ao consulado.

Você já tirou seu visto pro México? Deixe sua experiência aqui e compartilhe com os outros leitores.

Deixo também os links para os consulados aqui:
São Paulo - http://portal.sre.gob.mx/saopaulo/
Rio de Janeiro - http://portal.sre.gob.mx/riodejaneiro/ 
Embaixada (Brasília) - http://portal.sre.gob.mx/brasil/index.php?Itemid=1
Outras localidades dos serviços consulares: http://portal.sre.gob.mx/brasil/index.php?option=displaypage&Itemid=50&op=page&SubMenu=

Na próxima semana vou falar de um termo polêmico para alguns: A gorjeta, ou os famosos 10% (e agora 20%).

¡Hasta luego!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Hospitality

Você já ouviu falar do termo "Hospitality Exchange"? Não conheço uma boa tradução para português, porém, ele significa uma ótima forma de viajar e ficar hospedado com um detalhe muito interessante: é grátis. Como? Através de uma rede social, que já existe desde do final da década de 40.


No ano de 49, Bob Luitweiler, formou uma organização sem fins lucrativos, chamada "Servas Open Doors", cujo objetivo era oferecer um "canto" da casa (sofá, quarto não utilizado ou cama) para viajantes. Nascia o conceito de Hospitality, onde você oferece algum canto da sua casa para que alguém fique nela.


Atualmente, temos dois grandes sites que auxiliam quem deseja se hospedar ou oferecer hospedagem. O primeiro é o Couch Surfing, fundado em 2003, é considerada a maior rede de Hospitality do mundo, com mais de 1,7 milhões de membros. O site funciona como uma rede social, a exemplo de Orkut/Facebook. Você faz um cadastro totalmente gratuito e fornece informações sobre sua localidade e perfil.


O segundo site, porém, mais antigo é o Hospitality Club, fundado em 2000 por Veit Kühne, com a idéia de ser uma rede de Hospitality via internet, o que resultou numa das primeiras redes do gênero.


Particularmente, eu tenho cadastro no Couch Surfing pelo tamanho do mesmo, portanto, vou explicar o funcionamento do site daqui pra frente. O Hospitality Club funciona de forma similar, porém, alguns procedimentos podem trabalhar de forma diferente. Se alguém utilizar o Hospitality, por favor, deixe seu comentário.


Depois do seu cadastro feito, você pode começar a buscar pessoas interessadas em hospedar, ou simplesmente, tomar um café. Todo o contato é feito por internet, via mensagens internas, mas se quiser contato por MSN, ICQ ou Skype, você pode solicitar para a pessoa essas informações. O que mais pesa num perfil são suas referências (tanto de quem já se hospedou com a pessoa ou que ela se hospedou).


Como seu perfil é novo, você deve partir para dois caminhos: Receber convidados em sua casa ou solicitar uma visita a casa de alguém.


Talvez você esteja fazendo uma pergunta bem simples: "Qual a segurança disso? Eu vou ficar na casa ou hospedar alguém que nunca vi na vida."


Bom, olhar as referências da pessoa que quer se hospedar com você é sempre a melhor forma de aumentar o nível de segurança. Creio que mais de 99% dos usuários são pessoas de bem, que querem apenas uma forma muito barata de viajar, ao invés de lhe causar qualquer mal. Um membro que tem boas referências sempre será bem-vindo.


Se você se preocupa com quem vai lhe receber ou se você deseja receber alguém, o Couch Surfing possui dois sistemas de verificação: Na primeira opção, o Couch Surfing solicita um cartão de crédito (internacional) e envia para o endereço cadastrado uma carta com um código que pode ser digitado no site para atestar que você a recebeu.


A segunda opção é chamada de "vouching system", onde um membro com "poder" de certificar um local como seguro pode emitir quantos certificados desejar. Esses são bem raros, uma vez que no início do site, apenas os fundadores tinham esse certificado.

Se somarmos isso com as referências, as chances da hospedagem ser boa aumentam e muito. Em último caso lembre: A hospedagem só ocorre com total consenso de ambas as partes, ou seja, se um não quer dois não brigam.

Para localizar um "host" (quem hospeda), um guest (quem deseja se hospedar), pode procurar por perfil (idade, sexo, idiomas que fala, se possui acessibilidade para deficientes, etc), além da localidade. Feito isso, uma lista de pessoas com as características solicitadas será apresentada.

O Couch Surfing não se resume apenas a pesquisa de pessoas para se hospedar. Eventos também são organizados, como encontros e festas fazem parte da agenda. Outro recurso é o de localização. Nele, você pode informar que vai viajar para determinado lugar entre alguns dias e outros membros do Couch Surfing irão saber que você está por lá e podem entrar em contato com você.

Lembre-se também que você não precisa hospedar ninguém para se cadastrar. Existe a opção "tomar um café", que você pode organizar de forma a ser um city-tour para o visitante.

A principal experiência do hospitality é que você enxerga o local que está pelos olhos de quem vive o dia-a-dia e não por guias, que podem atender outros interesses. Essa é a principal visão que desejo de qualquer lugar que conheço. Claro que olhar as atrações turísticas faz parte do roteiro, porém, entender algumas coisas sobre a cidade, em alguns casos por suas raízes é uma experiência fantástica.

Para fechar, vamos falar um pouco sobre custos. Como eu disse, os custos são "zero". Uso aspas, pois, recomendo que você leve algum tipo de presente para quem irá receber você. Leve algo típico, como cachaça, um CD de samba ou do axé (quando no exterior) como uma forma de agradecimento. Como tudo se trata de um acordo, em alguns casos o host pode querer "rachar" alguma coisa com você, como um serviço de limpeza ou alimentação. Se você achar razoável, pode seguir em frente, lembre-se: se um não quer, dois não brigam.

Eu espero que vocês tenham gostado do post dessa semana e quero que aqueles que já tenham passado por essa experiência deixem seus comentários para estimular outros viajantes a experimentar o hospitality.

Para fechar o mês de março, vou falar sobre vistos para o México na próxima semana.


¡Hasta luego!

domingo, 14 de março de 2010

Hostel (Albergues)


Hostel ou Albergue da juventude, todos têm como objetivo oferecer um meio de hospedagem simples e barata, em relação aos hotéis tradicionais. Os albergues são bastante procurados por estudantes ou mochileiros que buscam economizar ao máximo durante suas viagens (apesar de existe outra forma mais econômica, que irei falar na próxima semana).


A história toda começa em 26 de agosto de 1909 (há mais de 100 anos), quando um professor alemão chamado Richard Schirmann criou o conceito "hostel" quando teve que se abrigar, juntamente com um grupo de alunos, durante uma tempestade. Em 1912, na cidade de Altena (na própria Alemanha), um castelo começou a funcionar como o primeiro hostel do mundo (e ele existe até hoje, com algumas reformas e modificações - http://www.hostels.com/hosteldetailsnobooking.php/RecordID.1201).


No final dos anos 20 a cultura "alberguista" começou a se espalhar por países como Polônia, Inglaterra, Holanda, Suécia, França, etc. Tudo ia bem até que a Segunda Guerra Mundial fez o movimento ficar estagnado e vários albergues foram fechados ou destruídos. No fim da guerra, o movimento voltou com força e manteve-se até hoje.



Nas Américas os albergues aparecem na metade da década de 30, começando pelos Estados Unidos. No final daquela década o Canadá começa a fazer parte da "rede mundial" de albergues. Aqui embaixo, os primeiros países a terem albergues são a Argentina e o Uruguai (meados da década de 50).



O Brasil entrou na rede pela mão dos cariocas, no bairro de Ramos, através da Residência de Ramos, que funcionou entre 1965-1973. Em São Paulo, existiram dois outros albergues na capital e em Campos do Jordão que foram fechados nos anos de chumbo, sob acusação de que eles seriam utilizados por jovens revolucionários.



A palavra albergue no Brasil não é muito bem vista, muitas vezes fazendo associações errôneas (como que mendigos moram lá, etc). A cultura alberguista ainda está se difundindo no Brasil e cada vez mais os jovens descobrem uma maneira alternativa e boa de viajar.



O que eu mais gosto de um albergue são as várias culturas que encontramos em qualquer um deles: Inglesa, Alemã, Francesa, Japonesa, etc. Além disso, você pode praticar aquela língua esquecida na gaveta, mas, lembre-se que ter inglês é muito importante (principalmente fora do país).



A Hostelling Internacional (ou Hi Internacional) é a principal rede alberguista do mundo. Segundo dados da própria Hi, hoje, existem mais de 3,7 milhões de associados, 4 mil albergues em mais de 80 países e com bons custos e gestão trazem US$ 1,5 bilhões de economia para as viagens se comparado com a hospedagem tradicional dos hotéis.



Apesar de tudo ser de baixo custo, etc, você deve checar se realmente vale a pena ficar num albergue, dos quais o motivo eu listo abaixo:


  1. Não espere encontrar um hotel cinco estrelas. A idéia é economizar, claro que com qualidade. Muitos albergues possuem uma boa estrutura de quartos, etc. Porém, outros são "trash". Ler as recomendações de outros visitantes é uma boa e pode tirar você de muitas enrascadas.
  2. Compartilhar para economizar: O que torna o custo de um albergue baixo é o fato do quarto ser compartilhado com outras pessoas (apesar de alguns oferecerem quartos individuais, o preço aumenta e muito). Muitas pessoas não gostam de dormir com "estranhos", principalmente quando os quartos são misturados (homens e mulheres). Particularmente nunca tive nenhum problema ou presenciei um problema (o único, porém pode ser alguém roncar demais ou não gostar muito de banho).
  3. O preço é por pessoa, ou seja, num hotel você pode encontrar preços que sejam os mesmos para solteiro ou casal. Em alguns casos, colocando a relação custo-benefício que seriam algumas comodidades que um hotel oferece, pode valer mais a pena o hotel.
  4. Localização: A localização pesa para um albergue, assim como um hotel. Procure sempre uma localização que atenda seu plano de viagem. Se você quer explorar o centro de uma cidade, fique nele, assim você economiza em transporte e tempo.



Por fim, a Internet é o grande aliado (ou inimigo) de um albergue. É possível localizar, pesquisar preços, quartos e ver as experiências de quem já ficou no albergue que você pretende ir. Eu recomendo dois sites que já utilizei para pesquisar e reservar, além do velho e bom Google, onde basta jogar a localização do albergue ou o nome dele e você poderá encontrar algumas referências:

http://www.hostelbookers.com: Falei sobre ele na última semana, no post Sites para viajar, do qual vou simplesmente copiar o texto: "Esse site é um consolidador para hostels, onde eles garantem "Os menores preços, sem taxas e custos ocultos". Se tiver o menor preço é uma discussão para a próxima semana, onde vou falar justamente de hostels. Realmente eles não cobram taxas, porém, você deve adiantar 10% do total que gastará com sua hospedagem no hostel para fazer uma reserva. O cancelamento poderá ocasionar uma multa também. O que me faz usar o HostelBookers é justamente o fato de não existirem taxas, o que segundo eles, os tornam mais baratos cerca 5,1% que o concorrente mais próximo. O site na primeira visita é em inglês, mas existe a opção de passar para português."

http://www.hostelworld.com: O Hostel World é o maior consolidador para hostels. O único, porém dele é cobrar uma taxa, além do valor das diárias, para a reserva. Eu sempre dou preferência para o Hostel Booker, porém vale uma olhada no Hostel World para mais algumas opções, o que vai variar de cidade para cidade.


Se você encontrar um site local, o que varia de país para país, pode ser uma boa idéia utilizar ele. As diferenças de preço entre os consolidadores e os sites locais podem ser pequenas, porém, para viagens mais longas essa economia pode valer à pena.



E vocês? Qual é experiência com albergue? Já ficou em algum? Nunca, mas, tem vontade? Não gosta? Deixe seu comentário.



Não deixe de responder nossa pesquisa aqui do lado direito e marcar sua reação ao artigo, para que eu possa trazer as idéias de vocês para o blog.


¡Hasta luego!

domingo, 7 de março de 2010

Sites para viajar

A Internet se tornou o grande aliado de muitas pessoas que precisam viajar, muitas vezes, para lugares onde nenhum conhecido seu esteve e não existe indicação alguma sobre onde ficar, ir, fazer, etc.


Lembro-me de um tempo que as cias. aéreas tinham balcões e balcões para a venda de passagens, onde a pesquisa de preço era feita indo de balcão em balcão. Para um hotel, ou hostel, era necessário olhar guias e mais guias e gastar com DDD ou DDI. Além disso, vários não tinham fotos ou detalhes, o que se tornava um problema. Os agentes de viagem já existiam auxiliando os viajantes nessa total falta de conhecimento sobre o lugar.


Com a internet, você pode pesquisar preços sem ficar pulando de fila em fila e pegar um atendente mal-humorado, pode visualizar como é o hostel que você vai ficar, sua localização e referências de quem já passou por lá (o que eu particularmente peso muito na decisão).


Hoje, eu vou falar sobre alguns dos meus sites favoritos para viagem, mesmo que eles não sejam 100% ligados a viagem, vale à pena dar uma conferida neles. Todos eles estão na parte de "Meus sites favoritos", no lado direito do blog. Vamos lá:


http://www.hostelbookers.com: Esse site é um consolidador para hostels, onde eles garantem "Os menores preços, sem taxas e custos ocultos". Se tiver o menor preço é uma discussão para a próxima semana, onde vou falar justamente de hostels. Realmente eles não cobram taxas, porém, você deve adiantar 10% do total que gastará com sua hospedagem no hostel para fazer uma reserva. O cancelamento poderá ocasionar uma multa também. O que me faz usar o HostelBookers é justamente o fato de não existirem taxas, o que segundo eles, os tornam mais baratos cerca 5,1% que o concorrente mais próximo. O site na primeira visita é em inglês, mas existe a opção de passar para português.


http://www.couchsurfing.org: Se você acha que hostel é a opção mais barata para viajar, digo que você está enganado. O Couch Surfing é uma rede social de viajantes, onde você pode entrar em contato com alguns (vários) deles que permitem que você fique hospedado na casa dele. É muito difícil um país ou cidade grande/média que não tenha um couch, porém, você pode se questionar sobre a segurança, uma vez que você pode representar um risco para a pessoa que vai lhe receber e vice-versa. Bom, existem os certificados que o site dá para as pessoas baseado na autenticidade da localização dela e claro, referências de quem já ficou na casa dela e de quando ela ficou na casa de alguém. Caso você não queira hospedar alguém, você pode marcar escolher "tomar um café", onde geralmente, você será um guia turístico para a pessoa. O melhor de tudo é que o site e a hospedagem são na faixa (a única recomendação é levar um presentinho para a pessoa, que seja típico daqui, como um CD de samba, uma garrafa de cachaça, etc), além do olhar local da pessoa para a cidade que você vai.


http://www.jetsite.com.br: O Jetsite traz informações diversas do mundo da aviação (em alguns casos o texto parece não ter passado por revisão alguma pelos erros graves), mas, uma das seções mais interessantes é a "Flight Reports", que conta como foi a experiência de voar por determinada empresa, uma determinada rota.


http://matrix.itasoftware.com/cvg/dispatch: A ITA Software desenvolveu um GDS (Global Distribution System - Sistema Global de Distribuição), gratuito, que pode ser usado para pesquisa de preços (funciona muito bem com vôos internacionais). Não é possível comprar uma passagem por ele, porém, você pode checar as regras e a montagem da máscara (que determina o preço final da passagem) e enviar para seu agente de viagens, ou informar na cia. aérea. Para quem nunca mexeu num sistema de reserva, recomendo utilizar a versão 2.0 do sistema (http://matrix2.itasoftware.com), que é mais simples de utilizar e mais compacta.


http://www.clubedopairico.com.br: O Clube do Pai Rico foi criado com inspiração no livro "Pai Rico, Pai Pobre". O site busca mostrar os caminhos para a independência financeira (o que se você alcançar poderá viajar mais). Coloco na minha lista de favoritos, pois, tem mais de uma atualização por dia e trás muitas dicas interessantes.


http://www.aquelapassagem.com.br: O Aquela Passagem é um blog que não só fala sobre promoções e descontos quem ocorrem nas cias. aéreas, mas também, reflexões como quanto custa uma milha, se vale a pena pagar tudo (inclusive contas) com um cartão de crédito para ganhar milhas, se uma "ultra-promoção" está valendo a pena, etc. Eu participo com certa freqüência do site também, deixando minhas observações sobre as matérias.


Essa é uma pequena lista. Em breve vou falar de alguns outros que fui encontrando pela net (a lista precisa de uma atualização, ou melhor, de algumas adições), que farei em breve.


E vocês? Quais sites você usam no suporte para suas viagens. Deixem suas dicas nos comentários para entrar na lista de favoritos. Lembre-se, sua opinião é fundamental para o vacatip.


¡Hasta luego!